sábado, 14 de abril de 2012

Sou estranho

Não existem verdades universais nesse mundo, disso bem o sei

Mas existem verdades pessoais, disso não duvido

O que não sei é o motivo pelo qual meu coração se anima com
paisagens mórbidas

O porquê dessa estranha alegria?

Sim, sou imensuravelmente estranho!

Estranho aos olhos de muitos, estes, ignorantes eternamente

Mas sinto-me igual àqueles que têm uma forte sensibilidade

E não se envergonham de reconhecer a sua alegria ante a
tristeza de uma paisagem sombria

Uma paisagem que evoca espíritos imateriais há muito no limbo do esquecimento

Aquela sensação de frio na barriga, coração batendo forte, pulmões ofegantes...

Como é maravilhosa, como sinto-me vivo ante a presença do inexplicável

O quão é agradável essa sensação de estranheza

Muitos correriam, mas permaneço e olho fixamente

Não pisco

Os olhos permanecem inalterados na expectativa de algo estranho presenciar

Posso não ver, mas sinto que aí está

Talvez uma moça que de eras passadas querendo comigo estar

Que maravilhoso, a isso não posso hesitar

Não toco mais sinto, e me regozijo ante esse prazer

Aqueles de espírito puro são capazes de entender

Mas aos demais, pobres de emoção, sou apenas estranho.


*Aermo Wolf

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