domingo, 31 de janeiro de 2010

“Tenho um Anjo”


Muitos acreditam em ANJOS DA GUARDA...
Nunca acreditei em tal crendice...
Mas recentemente tenho mudado esse ponto de vista...
Passei a crer em tais crendices...

Nunca vi essa manifestação sobrenatural...
Não saberia dizer como ele é...
Mas se os ANJOS têm sexo,
Acredito que o meu seja mulher...

Mas, embora não tenha visto...
Posso senti-la ao meu lado esquerdo...
Não a vi, ressalto isso...
Mas pela minha personalidade posso imaginar como seja...

Pele muito clara...
Olhos sem vida...
Roupas negras...
Ok! Baseio-me em imagens góticas para essa dedução...

No entanto, de uma coisa tenho certeza...
Meu ANJO chora...
Não derrama lágrimas comuns, mas de sangue...
Meu Anjo está triste...


Chora por me ver triste...
Lamenta porque não posso mudar...
Baixa a cabeça por me ver na mesma posição,
E lamenta, por dar-me apenas proteção.


*Aermo Wolf

Ao som de Hello do Evanescence

"Indiferença"

Como sofri...
Tudo que deseja era sua atenção...
Mas esse luxo não me foi dado...
Que dor imensa corroeu meu coração naquela tarde...

Eu a vi conversando e sorrindo com outros...
Meu rosto parecia normal...
Mas meu coração sangrava...
Minha alma chorava...
Você não notava...

Talvez por não querer notar...
Talvez não...
Você não queria notar...
Estava ocupada tentando se mostrar melhor...

Hoje percebo que você era um ser bem pior...
Endeusei a sua pessoa...
Defendi-te das calúnias dirigidas por tantos...
Queria te ver feliz, queria te ter comigo...
Queria sorrir contigo...

Eu a chamava de “Anjo do Senhor”...
A considerava a mais bela dos “Anjos de Deus”...
Mas para minha tristeza percebi que estava errado...
Aquela que julguei ser um Anjo...
Mostrou da forma mais lamentável que era apenas mais uma...

Aquela que julguei ser diferente...
Mostrou ser igual...
Aquela que julguei ser sensível...
Mostrou ser fútil...
E tudo o que sempre recebi foi indiferença...

Hoje percebo que mereci.

*Aermo Wolf

A morte do primeiro-tenente Fujii


Honra ou loucura?


Ante todo o desastre e colapso iminente, os comandantes japoneses decidiram usar uma estratégia desesperadora. Relembrando o sangue e a honra samurai criaram em 1943 os pilotos kamikazes (suicidas) que deveriam atingir os navios americanos que avançavam em pelo Pacífico. Muitos entendiam que a estratégia não mudaria o curso da guerra, pois ao término da Batalha das Malvinas, ficou claro que o Japão perderia a primeira guerra de sua história.


Mas há de se ressaltar que dos 4 mil pilotos japoneses mortos como kamikazes, quase todos eram soldados. Os coronéis e generais diziam a seus subordinados que iriam atrás deles, mas nunca partiam, nunca decolavam, nem ofereciam a própria vida como cobravam deu seus pilotos. Dentre os poucos oficiais que morreram como kamikaze, a história mais lendária talvez seja a do primeiro-tenente Fujii. Como instrutor de vôo ele disse aos seus subordinados que não poderia mandá-los para a morte, sem ir junto: “Não posso simplesmente enviar vocês”, oferecendo-se como piloto kamikaze.


Fujii tinha esposa e dois filhos pequenos e queria envelhecer com eles. Entendendo a situação, sua esposa o escreveu uma carta na qual dizia: “Se estiver viva só o atrapalharei. Irei antes de você para esperá-lo”. Ela se jogou dentro de um rio com as duas crianças, cujos corpos foram encontrados mais tarde. Ao saber, o tenente endereçou uma carta aos seus filhos dizendo: “Seu pai vai se unir a vocês, depois de se destacar em combate”.


Em 28 de maio de 1945, o primeiro-tenente Fujii e seus subordinados afundaram um navio americano. A II Guerra Mundial terminaria em agosto do mesmo ano. Os kamikazes mortos no confronto foram lembrados como “deuses militares”, os que sobreviveram ao conflito foram esquecidos. De uma forma geral os japoneses atuais procuram não lembrar mais de histórias como a relatada. A história do tenente Fujii apenas enfatiza um povo (o japonês) que entende a morte como algo natural, importando não quando se vai morrer, mas como se vai morrer.

*Relato extraído do documentário “Kamikaze: a história de pilotos dispostos a morrer pela pátria”.


*Aermo Wolf

“É mais cômodo”


O nosso egoísmo impera...
Domina o coração...
Vemos um abismo a nossa frente...
Mas não podemos parar...

Continuamos a caminhar...
Temendo o que nos espera...
Mas ainda assim não paramos...
Nossas pernas não obedecem...

Gritamos e imploramos socorro...
Ninguém ouve?
Ouvem sim...
Mas fingem não ouvir...

É mais cômodo não fazer nada...
É mais cômodo não dizer nada...
É mais cômodo assistir...
E ver um desconhecido se destruir.


*Aermo Wolf

Bela poesia Gótica com imagens em preto e branco.

“Naquela fria tarde chorei”


Não era uma ocasião normal...
Desconhecidos estavam comigo...
Não podia desabafar...
De forma intensa e repentina a dor surgiu...

Não era uma dor física...
Mas uma força negativa que me afetava a alma...
Não consegui lutar...
Estava me permitindo vencer...

As lágrimas precisavam correr...
Não conseguiria evitar que inundassem minha face...
Tantos ao meu lado sorriam...
Não queria sorrir, queria chorar...

Me preocupei com o constrangimento...
Não pensariam coisas boas ao ver um homem chorar...
Afinal participava de um evento social...
Não consegui entender, mas o Céu se comoveu...

Como para me salvar da situação vechaminosa...
Não foi possível às nuvens conterem as suas “lágrimas”...
O Céu chorou...
Não desperdicei a oportunidade...

Em passos lentos deixei o abrigo...
Não era compreensível aquela situação...
Eu estava bem vestido e me permiti molhar...
Foi inesquecível o gosto doce das gotas de chuva...

A água doce se misturou as minhas lágrimas...
Salgadas, amargas, que fluíam com intensidade...
Me afastei para não verem o rubor do meu rosto...
E com grande intensidade chorei...

Dentre aqueles que assistiam a cena melancólica...
Apenas uma pessoa entendeu a situação...
Viu que eu desejava mesclar minhas lágrimas com a chuva...
Mas permaneceu quieto, se fingindo estúpido...

Naquela fria tarde a dor me venceu...
Naquela fria tarde fraquejei...
Naquela fria tarde lamentei...
Naquela fria tarde chorei.

*Aermo Wolf

sábado, 30 de janeiro de 2010

“Em que sou bom?”

Em que sou bom?

Qual o meu dom?

Essa é uma pergunta muito freqüente entre jovens...

Todos querem saber quais as suas aptidões...

Como poderão ajudar as pessoas...

Ou melhor, como poderão ficar muito ricos...

E aproveitar a vida como se essa fosse uma grande orgia...

Certo dia encontrei-me absorto em pensamentos...

Me perguntei, “Em que sou bom?

Isso aconteceu enquanto andava pela rua...

Nessa ocasião olhei para meu lado esquerdo e não vi ninguém...

Em outro momento pensava a mesma coisa...

Jantava a mesa da cozinha de casa...

Três das quatro cadeiras da mesa estavam vazias...

Eu estava só...

Outro dia eu lia, só em meu quarto, algo que faço com freqüência...

Após encerrar breves amizades, sempre com muito sofrimento...

Após ser excluído...

Após me encontrar só...

Percebi que sou bom em me isolar das pessoas...

Esse é o meu dom...

É nisso que sou bom.

*Aermo Wolf

Bela música do Evanescence

“Um sonho que nunca se realizará”

Um dia sonhei com um Mundo sem desigualdades...

Um Mundo onde as pessoas não faziam distinção...

Por cor, “raça”, condição financeira, aparência física...

Um mundo onde o “ser” era mais importante que o “ter”...

Sonhei que o conhecimento libertaria...

Sonhei que o conhecimento nos tornaria pessoas melhores...

Acreditei “em um Mundo melhor”...

“Mas toda vez que vi esse Mundo mudar, foi para pior...”

Hoje não tenho mais esperanças...

Expectativas...

Meu sonho não se realizará...

Pois tudo continuará como está...

E as pessoas deverão piorar.

(desabafo)
*Aermo Wolf