quarta-feira, 18 de abril de 2012

Na última morada


Uma noite fria escura e sombria
Como gosto
Nada a fazer em minha morada
Sair decido

Vagando desolado pelas ruas escuras
Ruídos distantes de veículos automotivos escuto
Mantenham distância, por favor, a ninguém quero ver.
Tarde da noite está, por isso decidi me aventurar.

Como uma ave noturna, percorro as ruas
Não voo, apenas em meus pensamentos
As ruas desoladas eu percorro
Os moradores tão bons e probos dormindo devem estar

Continuo.
Ao longe uma morada diferente avisto
A última morada dos infelizes que por este mundo passaram
Por que não? Aquele lugar quero visitar

Adentro.
Caminho sem rumo
Túmulos por todos os lados
Procuro alguma coisa?

Observo
Nada vejo
Um ruído escuto

Querem os mortos comunicação?
Talvez sim. Talvez Não.
Mover-me? Não tenho vontade
Agradável aqui está

Paro.
Nada vejo.
Pergunto: Alguém aí está?
Nada escuto

Nada escuto
Nada vejo
Nada sinto
Nada faço. Apenas olho o ser imaterial que à minha frente está.

*Aermo Wolf

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