terça-feira, 27 de julho de 2010

Quero Chorar


Quero muito chorar...
Mas as lágrimas são teimosas e não correm
Quero tanto desabar
Mas ouvidos não tenho que possam me escutar

Não gosto dessa época
Não queria ter nascido na “geração millenium”
Mas não tenho querer
E também não tenho culpa

Oh como me sinto mal
Como me sinto só
Uma profunda angustia me consome
Envolve-me como a escuridão da noite

Quero tanto chorar
Quero desabafar
Mas a ninguém tenho
Que possa me escutar

Deixo essas palavras
Quem sabe...
Um dia...
Alguém as leia e saiba que alguém sofreu muito!

Quero tanto chorar...

*Aermo Wolf

Seres detestáveis

Impressionante como nós os conhecemos
Impressionante como às vezes somos
Impressionante como não há solução
Pois todos somos detestáveis

“Ninguém é prefeito” repetem os inúteis
E não sabemos?
E não sabemos que as pessoas podem ser detestáveis?
Pois também sou! Um ser deveras detestável!

Cobramos o que não fazemos
Prometemos o que não cumprimos
Frequentamos igrejas que não obedecemos
Falamos em amizade e criticamos

Como somos detestáveis e hipócritas
Sinto uma profunda dor para essa reflexão
Sim! Passo por um momento chato
E percebo que apenas através dessas palavras...
Posso desabafar

Pela manhã começa um novo dia...
Preciso ser forte!
E sorrir quando quero chorar.

*Aermo Wolf

Ódio


Uma palavra forte...
Ódio
Palavra que falsos pacifistas repudiam
Mas às vezes eu sinto...
Em grande quantidade

Um sentimento que me corroe a alma
Um sentimento que turva a minha curta visão
Mas eu sinto...
Latente, dentro de mim, pronto para explodir
Em uma cachoeira de inúteis impropérios

Essa revolta suprema, em meu coração
Sempre a senti, desde cedo!
Não lembro bem quando começou
Mas há muito tempo ela está comigo
E, portanto, não sinto paz...

Queria tanto acreditar no amor
Não me refiro as transas que chamam de amor
Mas nesse sentimento oposto ao ódio
Porém, é tão difícil...é muito puro
As pessoas só me decepcionam

Porque as pessoas conseguem ser tão cretinas?
Para essa pergunta não há resposta
Eu seria grande se conseguisse paz em meio ao inferno
Mas não consigo...
Sinto apenas ódio.

*Aermo Wolf

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Esquecido

Sou esquecido
Reconheço minha parcela de culpa
Quem não se adapta a esse tempo,
É esquecido e não pode reclamar

Recuso-me a curvar os joelhos
A aceitar imposições
Determinações
Verdades absolutas

Eu me recuso!
Portanto, pago um alto preço
O esquecimento me é relegado
Sou esquecido

Nasci em uma época a qual não pertenço
O relativismo moral não me seduz
Os modernismos não me encantam
Tenho qualidades que não são vistas

Talvez um dia eu seja notado
Talvez um dia seja visto
Mas queria que notassem a mim!
Não a uma suposta posição social

Queria que vissem o interior
A minha alma
Acho que peço demais
A posição social sempre estará à frente

Não vou mudar
Continuarei a ser quem eu sou
Até lá pago o preço...
Permaneço no limbo

Esquecido

*Aermo Wolf

Quantas dores

Desilusões
Decepções
Frustrações
Quantas dores

Às vezes penso ser impossível suportar
Às vezes me sinto destruído por dentro
Às vezes tenho vontade de chorar
E confesso, sem nenhuma vergonha, que choro!

As lágrimas brotam
Lágrimas que correm velozes
Como um rio de águas turvas
Lágrimas de sofrimento

De tristeza...
De dores
Quantas dores...
Às vezes insuportáveis,
Mas, suporto!

*Aermo Wolf