domingo, 31 de janeiro de 2010

“Naquela fria tarde chorei”


Não era uma ocasião normal...
Desconhecidos estavam comigo...
Não podia desabafar...
De forma intensa e repentina a dor surgiu...

Não era uma dor física...
Mas uma força negativa que me afetava a alma...
Não consegui lutar...
Estava me permitindo vencer...

As lágrimas precisavam correr...
Não conseguiria evitar que inundassem minha face...
Tantos ao meu lado sorriam...
Não queria sorrir, queria chorar...

Me preocupei com o constrangimento...
Não pensariam coisas boas ao ver um homem chorar...
Afinal participava de um evento social...
Não consegui entender, mas o Céu se comoveu...

Como para me salvar da situação vechaminosa...
Não foi possível às nuvens conterem as suas “lágrimas”...
O Céu chorou...
Não desperdicei a oportunidade...

Em passos lentos deixei o abrigo...
Não era compreensível aquela situação...
Eu estava bem vestido e me permiti molhar...
Foi inesquecível o gosto doce das gotas de chuva...

A água doce se misturou as minhas lágrimas...
Salgadas, amargas, que fluíam com intensidade...
Me afastei para não verem o rubor do meu rosto...
E com grande intensidade chorei...

Dentre aqueles que assistiam a cena melancólica...
Apenas uma pessoa entendeu a situação...
Viu que eu desejava mesclar minhas lágrimas com a chuva...
Mas permaneceu quieto, se fingindo estúpido...

Naquela fria tarde a dor me venceu...
Naquela fria tarde fraquejei...
Naquela fria tarde lamentei...
Naquela fria tarde chorei.

*Aermo Wolf

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